Veja os prós e contras dos principais métodos para evitar a gravidez
Do G1, em São Paulo – Programa Bem Estar (Rede Globo), 02,
Ago, 2011
Pílula, camisinha, DIU, diafragma, anel vaginal, injeção, adesivo. Os
contraceptivos disponíveis no mercado vão muito além dessa lista, e cada casal
deve escolher aquele que melhor atende às suas necessidades. Nenhuma
alternativa é 100% segura, mas se bem usada a proteção pode ser quase total.
Ginecologista José Bento |
A pedido do público, o Bem Estar
desta terça-feira (2) voltou a falar sobre métodos para evitar a gravidez, algo
fundamental na hora do planejamento familiar – segundo o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), 46% dos nascimentos no país não são
esperados. No estúdio, estiveram o ginecologista José Bento e a médica especialista em saúde da
mulher Tânia Lago, que destacou que
a maior falha das pessoas nesse quesito ocorre justamente durante a troca das
técnicas anticoncepcionais.
Anticoncepcionais:
Escolha o seu.
Dispositivo
intrauterino (DIU)
Dispositivo intrauterino |
É um pequeno
objeto de plástico que pode conter hormônios ou ser revestido de cobre, e
colocado no interior do útero para evitar a gravidez. A mulher pode ficar até
dez anos sem trocá-lo, e a retirada pode ser feita assim que a paciente desejar
ou tiver algum problema. Existem diversos modelos, e o mais usado é o em forma
de T, com fios de cobre, que impedem o encontro dos espermatozoides com o
óvulo.
A fertilidade da
mulher retorna logo após a retirada do DIU. Esse método é muito eficaz e não
provoca aborto, porque atua antes da fecundação. A colocação do dispositivo no
útero deve ser feita por um profissional de saúde treinado.
O DIU não
atrapalha a mulher e não machuca o pênis durante a relação sexual. Quem faz uso
dele pode ter mais sangramento menstrual ou cólicas, mas esses efeitos não
trazem problemas à saúde, a menos que a paciente tenha anemia severa.
Esse método não
é indicado para mulheres que têm mais de um parceiro ou cujos parceiros tenham
outras parceiras e não usam camisinha em todas as relações, pois, nesse caso,
correm mais risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Segundo José
Bento, o DIU também evita endometriose, pólipos e miomas no útero. Sexo e
esporte não deslocam o dispositivo, mas o próprio útero e as cólicas podem
fazer isso em casos mais raros.
Injeção Anticoncepcional
Injeção anticoncepcional |
Impede a ovulação e dificulta a passagem dos espermatozoides para o interior do
útero. Há dois tipos: a aplicada uma vez por mês e a trimestral. Ambas são
muito eficazes quando usadas corretamente.
Com a
interrupção da injeção mensal, a fertilidade da mulher logo retorna. No caso da
trimestral, pode haver um atraso na volta da capacidade de engravidar: em
média, levam-se quatro meses após o término do efeito.
A eficácia desse
método é alta, mas os efeitos colaterais e as contraindicações são iguais às da
pílula de cartela.
Anel vaginal
Anel Vaginal |
Tem baixa dosagem hormonal, mas é mais caro (em torno de R$ 50) e pode trazer
os mesmos efeitos indesejados da pílula. Além disso, não é distribuído no
Sistema Único de Saúde (SUS).
Cada anel contém
uma pequena quantidade de dois hormônios sexuais femininos, liberados
lentamente para a corrente sanguínea. É colocado de forma semelhante ao
diafragma e fica três semanas no corpo da mulher.
Diafragma
Diafragma Vaginal |
É uma capa flexível de borracha ou silicone, com uma borda em forma de anel que
é colocada na vagina para cobrir o colo do útero. Evita a gravidez ao impedir a
entrada dos espermatozoides no útero, e pode ser usado com ou sem espermicida.
Há diafragmas de
vários tamanhos, e a medição por um profissional de saúde é necessária para
determinar o mais adequado para cada mulher.
O dispositivo
deve ser colocado em todas as relações sexuais, antes de qualquer contato entre
o pênis e a vagina. Pode ser introduzido minutos ou horas antes da relação.
Quando a mulher é bem orientada, esse processo não dói e se torna tão simples
quanto pôr uma lente de contato.
O aparelho só
deve ser retirado de seis a oito horas após a última relação sexual, que é o
tempo suficiente para que os espermatozoides restantes na vagina morram. Ele
não deve ser usado durante a menstruação.
Imediatamente
após retirar o diafragma, lave-o com água e sabão neutro, seque-o bem com um
pano macio e guarde-o em um estojo, em lugar seco e fresco, longe da luz solar.
Não se deve polvilhar o diafragma com talco, pois o produto pode danificá-lo ou
causar irritação na vagina ou no colo do útero.
Esse método
confere autonomia no uso, é mais natural, fácil de transportar e tem menos
efeitos colaterais. Mas, em alguns casos, pode ter uma eficácia menor que a da
pílula.
Espermicida
Espermicidas |
É uma substância química que recobre a vagina e o colo do útero, impedindo a
penetração dos espermatozoides no útero, imobilizando-os ou destruindo-os. Pode
ser usado sozinho ou combinado com o diafragma. É eficaz pelo período de uma
hora após sua aplicação.
Não se recomenda
o espermicida para mulheres com mais de um parceiro sexual ou cujos parceiros
tenham outras parceiras e não usem camisinha em todas as relações sexuais,
pois, nessa situação, há um maior risco de se contraírem DSTs.
O espermicida é
colocado com um aplicador, que deve ser introduzido na vagina o mais
profundamente possível. Depois de usado, o aplicador precisa ser lavado com
água e sabão.
Pílula do dia
seguinte
Pílula do dia seguinte |
A pílula anticoncepcional de emergência impede ou retarda a ovulação, além de
diminuir a capacidade de os espermatozoides fecundarem o óvulo. Esse método não
é abortivo, porque não interrompe uma gravidez já estabelecida.
A pílula do dia
seguinte não deve ser usada como anticoncepcional de rotina, ou seja,
substituindo outro método. O uso frequente deve ser evitado, pois um único
comprimido equivale à metade de uma cartela convencional. Pode ser tomada até
72 horas depois da relação desprotegida, mas, quanto antes, maior é a eficácia.
O mais garantido
é se prevenir em dobro, pois todos esses métodos anticoncepcionais citados
acima não protegem contra nenhuma doença. Por isso, usar camisinha é muito
importante, e o melhor é combiná-la com uma dessas técnicas para prevenir a
gravidez.
Lembre-se:
O ciclo da mulher começa na menstruação, e o dia certo para tomar a primeira
pílula é quando ela desce, mesmo que haja só um pouquinho de sangue.
Se você esquecer
eventualmente do anticoncepcional, pode tomá-lo com no máximo 12 horas de
atraso. Depois disso, ele não faz mais efeito e você deve usar outro método
contraceptivo.
É raro, mas alguns antibióticos interferem na
ação do comprimido, que deve ser tomado todo dia na mesma hora. Métodos como
tabelinha, coito interrompido e muco ou temperatura cervical não devem ser
usados, porque são arriscados demais.