Criança com suspeita de Ebola |
Ebola é uma febre grave do tipo hemorrágico
transmitida por um vírus do gênero Filovirus, altamente
infeccioso, que desenvolve seu ciclo em animais Há cinco espécies diferentes
desse vírus, que recebe o nome do local onde foi identificado. Zaire,
Bundibugyo, Costa do Marfim, Sudão e Reston. Este último ainda não foi
encontrado em humanos.
A doença é classificada como uma zoonose. Embora os
morcegos frutívoros sejam considerados os prováveis reservatórios naturais do
vírus Ebola, ele já foi encontrado em gorilas, chimpanzés, antílopes, porcos e
em minúsculos musaranhos. Os especialistas defendem a hipótese de que a
transmissão dos animais infectados para os seres humanos ocorre pelo contato
com sangue e fluidos corporais, como sêmen, saliva, lágrimas, suor, urina e
fezes.
Daí em diante, o vírus Ebola pode ser transmitido
pelo contato direto entre as pessoas, pelo uso compartilhado de seringas e, por
incrível que pareça, até depois da morte do hospedeiro. Ou ainda, caso o
paciente tenha sobrevivido, o vírus Ebola pode persistir ativo em seu sêmen
durante semanas. Possivelmente, uma das razões para ser tão mortal e resistente
é que libera uma proteína que desabilita o sistema de defesa do organismo.
Surtos de ebola atingiram países da África em 1995,
2000, 2007, mas foram controlados. O surto de 2014 atinge Guiné, Serra Leoa e
Libéria e já há casos confirmados na Nigéria. A OMS determinou estado de
“emergência sanitária mundial” com o objetivo de conter o vírus e barrar surto
de Ebola, o maior de que se tem conhecimento até agora.
Oficialmente, só se considera que um surto de ebola
chegou ao fim após 42 dias sem nenhum novo caso registrado.
Sintomas
Pessoa com a doença EBOLA |
Febre, dor de cabeça muito forte, fraqueza
muscular, dor de garganta e nas articulações, calafrios são os primeiros sinais
da doença que aparecem de forma abrupta depois de cinco a dez dias do início da
infecção pelo vírus Ebola. Com o agravamento do quadro, outros sintomas
aparecem: náuseas, vômitos e diarreia (com sangue), garganta inflamada, erupção
cutânea, olhos vermelhos, tosse, dor no peito e no estômago, insuficiência
renal e hepática. No estágio final da doença, o paciente apresenta hemorragia
interna, sangramento pelos olhos, ouvidos, nariz e reto, danos cerebrais e
perda de consciência.
Diagnóstico
Uma das dificuldades para estabelecer o diagnóstico
precoce da doença provocada pelo vírus Ebola é que, no início, os sintomas
podem ser confundidos com os de enfermidades como gripe, dengue hemorrágica,
febre tifoide e malária. O levantamento da história do paciente, se esteve
exposto a situações de risco e o resultado de testes sorológicos (Elisa IgM,
PCR) e o isolamento viral são fundamentais para determinar a causa e o agente
da infecção.
Diante da possibilidade de uma pessoa ter entrado
em contato com o vírus Ebola, ela deve ser mantida em isolamento e os serviços
de saúde obrigatoriamente notificados.
Tratamento
Não existe tratamento específico para combater o
vírus Ebola, que infecta adultos e crianças sem distinção. Não existe também
uma vacina contra a doença, mas já foi testada uma fórmula em macacos, morcegos
e porcos-espinhos que mostrou resultados positivos nesses animais.
O único recurso terapêutico contra a infecção
causada pelo Ebola é oferecer medidas de suporte, como reposição de fluidos e
eletrólitos, hidratação, controle da pressão arterial e dos níveis de
oxigenação do sangue, além do tratamento das complicações infecciosas que
possam surgir.
No Brasil, existem dois centros de referência
preparados para tratar pacientes infectados pelo vírus ebola: o Fiocruz, no Rio
de Janeiro, e o Hospital Emílio Ribas, em São Paulo.
Prevenção
Agentes de saúde |
Não só os agentes de saúde, mas todas as pessoas
que precisam aproximar-se de pacientes com caso confirmado de ebola ou suspeita
da doença são obrigadas a usar um equipamento de proteção que cobre o corpo da
cabeça aos pés e que deve ser retirado com todo o cuidado para evitar
contaminação.
Recomendações
As seguintes medidas são fundamentais para evitar o
contato com o vírus Ebola, como forma de prevenir a infecção e evitar a
disseminação da doença:
1.
Lave as mãos com frequência com
água e sabão. Se não for possível, esfregue-as com álcool gel;
2.
Procure não frequentar lugares
que facilitem a exposição ao vírus Ebola;
3.
Evite contato com pessoas
infectadas. Quanto mais avançada a doença, maior a concentração de vírus e mais
fácil o contágio;
4.
Use vestimentas de proteção, como
macacões e botas de borracha, aventais, luvas e máscaras descartáveis e
protetores oculares, sempre que tiver de lidar com os pacientes. Sob nenhum
pretexto reutilize agulhas e seringas. Instrumentos médicos metálicos que serão
reaproveitados devem ser esterilizados.
5.
Só coma alimentos exóticos de
procedência conhecida;
6.
Lembre que o corpo dos doentes
continua oferecendo risco de contágio mesmo depois da morte.